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PSICOTERAPIA INDIVIDUAL PARA ADOLESCENTES E ADULTOS

Na história da humanidade sempre existiram pessoas que se dispuseram a ajudar outras pessoas. Essa prática se apura com o conhecimento e a experiência e se corporifica naturalmente através de um chamado interno que coloca esse “cuidador” em direção do outro num estado de proteção e vigília, com o objetivo de compreender e ajudar.

 

Na sua origem a palavra terapeuta (therapeutès) significa: o servidor ou adorador de um Deus, aquele que cuida, o médico com solicitude e boa vontade (...)(MATOS, 2012, p. 56)

 

Acolhimento, compreensão e imparcialidade são aspectos que estão no âmago da psicoterapia. Cuidar do outro requer sensibilidade e cautela.

 

Prestar atenção aos sinais que reverberam por dentro e por fora de si é uma condição necessária para a criação de elos que levam a interpretação e ajudam a elucidar fatos e situações que podem se caracterizar como problemas.

 

Acolher respeitando as resistências e os medos do cliente contribui para a boa relação e desenvolvimento de todo o processo terapêutico.

 

A existência pressupõe dores, como as da perda, do abandono e da solidão. É preciso transitar por elas, conhecendo seus meandros como forma de proximidade e superação.

 

Essa jornada é relatada com sensibilidade por Eugen Herrigel no livro “A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen” e se traduz muito bem no trecho:

“Compreende agora”, perguntou-me o mestre certo dia, depois de eu haver dado um tiro especialmente feliz, “o que quer dizer algo dispara, algo acerta?”... Todas essas coisas, o arco, a flecha, o alvo e eu estamos enredados de tal maneira que não consigo separá-las. E até o desejo de fazê-lo desapareceu. Porque, quando seguro o arco e disparo, tudo fica tão claro, tão unívoco, tão ridiculamente simples...” “Nesse exato momento”, interrompeu-me o mestre, “a corda do arco acaba de atravessá-lo por inteiro.”(HERRIGEL, p. 73,74)

 

Meu trabalho como psicoterapeuta se fundamenta no ponto de convergência de linhas terapêuticas com as quais mais me identifico, considerando os aspectos práticos e teóricos e com base na minha experiência pessoal e profissional.

 

Esse ponto de convergência agrega principalmente a crença na intersubjetividade humana, na relação com os outros e com o mundo através da percepção e do diálogo. Esse aspecto da realidade está muito bem analisado pelo filósofo Martin Buber que diz: (2013, p. 60)

 

“Relação é reciprocidade. Meu tu atua sobre mim, assim como eu atuo sobre ele... vivemos no fluxo torrencial da reciprocidade universal, irremediavelmente encerrados nela”.

Compartilho com os teóricos humanistas a crença na articulação prática entre a reflexão e a existência humana, que às vezes pode parecer paradoxal, irreconciliável e conflitante, mas que pode se constituir num dos principais objetivos de uma psicoterapia.

 

Para mim “existir” adquire um significado especial ao lado de um raro e singular “coexistir”.

 

Como arteterapeuta acredito no poder da Arte como recurso para a autoanálise e transformação pessoal significativa. A Arte é muito reveladora.

 

Ela está menos sujeita ao julgamento e às opiniões, quando comparada com a fala. Portanto, para aquelas pessoas que se dispõem a utilizá-la, poderá conduzir aos aspectos profundos da personalidade, de uma forma inovadora.

 

Meu diferencial no trabalho como terapeuta consiste na crença e na utilização da minha formação como Arteterapeuta.

Referências bibliográficas

 

MATOS, Olgária. Educação para o ócio: da acídia à “preguiça heroica”. In: NOVAES, Adauto (Org.) Mutações - Elogio à Preguiça. São Paulo: Sesc, 2012.

HERRIGEL, Eugen. A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen. 987 ed. São Paulo: Pensamento, 1975.

 

BUBER, Martin. Eu e Tu. 10 ed. São Paulo: Centauro, 2013.

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